Quando você ouve aquele som “falado” da guitarra em faixas como Voodoo Child (Slight Return) do Hendrix, ou sente a batida percussiva e úmida nos grooves de Give It Away, do Red Hot Chili Peppers, tem um pedal de filtro trabalhando nos bastidores.
Entre os muitos tipos de pedais de efeito, os pedais de filtro têm um papel único: eles manipulam as frequências do som de forma expressiva e dinâmica
Vamos explorar os principais tipos de pedais de efeito, como o famoso wah-wah, os envelope filters e outros filtros dinâmicos, e entender como cada um interfere nas frequências do seu som.
Diferente de um pedal de equalização, que permite cortes ou aumentos fixos, um pedal de filtro é dinâmico, ou seja, ele se move com você.
Pedais de filtro atuam diretamente no espectro de frequências do som da sua guitarra, trazendo vida ao timbre, reagindo ao jeito que você toca ou ao movimento do pedal.
Entre os modelos mais conhecidos estão o pedal wah-wah, o pedal envelope filter e os pedais equalizadores, além do pedal compressor, que apesar de não trabalhar com frequências da mesma forma, também molda o som de forma expressiva.
O wah é provavelmente o pedal de filtro mais icônico da história. Ele usa um controle de expressão (geralmente com o pé) para varrer as frequências do som, gerando aquele efeito de voz que se abre e fecha: wah-wah-wah.
Diferente dos efeitos automáticos, o wah é totalmente controlado pelos movimentos com o pé do guitarrista, o que o torna quase uma extensão do guitarrista.
Quem já ouviu Jimi Hendrix em “Voodoo Child” sabe exatamente do que estamos falando. O efeito dá presença e emoção, funcionando tanto pra solos quanto pra grooves mais rítmicos.
Enquanto o wah é controlado com o pé, o envelope filter responde à força da sua palhetada. Quanto mais forte você toca, mais o filtro se abre. É como se o pedal ouvisse sua dinâmica e reagisse na hora, criando um som “molhado” e super rítmico.
Esse efeito é muito usado em funk, fusion e até no reggae, principalmente quando a ideia é deixar a guitarra ou o baixo mais percussivo e “molhado”.
O pedal auto-wah é uma variação do envelope filter com configurações mais ajustáveis, permitindo definir a velocidade, sensibilidade e intensidade da abertura do filtro. Ele é ótimo pra quem quer um som mais controlado sem depender tanto da pegada da mão direita.
Além disso, alguns pedais de filtro trazem opções de passa-alta, passa-baixa ou passa-banda, permitindo um controle mais fino sobre quais partes do som você quer manter ou cortar. Isso pode ser útil pra criar atmosferas experimentais ou sons mais sintéticos, principalmente em estilos como psicodélico, dub e rock alternativo.
O pedal equalizador, ou simplesmente EQ, pode não ser o mais chamativo do seu board mas é, com certeza, um dos mais estratégicos. Ele permite ajustar o volume de faixas específicas do som, como graves, médios ou agudos, moldando seu timbre com precisão quase cirúrgica.
Mesmo sendo tecnicamente um pedal de filtro, não cria movimento automático: ele ajusta faixas específicas (graves, médios, agudos) de forma fixa, sem variação dinâmica .
Quer deixar sua guitarra mais encorpada? Ou tirar aquele excesso de brilho que incomoda? O pedal equalizador (EQ) faz esse trabalho silencioso, mas essencial. É o tipo de pedal que não muda só o som, muda a forma como ele se encaixa na banda toda. Uma boa regulagem pode transformar uma guitarra que some na mix em algo que realmente aparece.
Os pedais de filtro geralmente vão antes dos drives e dos delays, pra que o efeito atue sobre o sinal mais limpo da guitarra. Mas como tudo no universo dos pedais, vale testar diferentes posições pra ver como eles interagem com outros efeitos. Um wah antes da distorção soa diferente de um wah depois, por exemplo.
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